É BOM PORQUE
 
Confesso que li este livro todo sem saber que era real e inspirado na vida da própria autora, o que me fez gostar ainda mais dele. Nanako chegou a uma fase em que se sente perdida, acabou de se divorciar, já não gosta do emprego e não tem amigos. É então que tem a decisão arrojada, por ser uma pessoa solitária e introvertida, de entrar numa aplicação japonesa PerfectStrangers. A sua premissa foi que iria recomendar sempre um livro a todos os estranhos que conhecesse. Esta não é uma aplicação género Tinder, o que eu gostei imenso, a base da app é as pessoas encontrarem-se ao longo do dia, nas suas rotinas, e ajudarem-se umas às outras no que precisem. Nanako acaba por conhecer cerca de 70 pessoas durante aquele ano e ao longo do tempo vemos como a sua vida começa a mudar. Todos estes estranhos ajudaram-na a reinventar-se, a conhecer-se e a ganhar um novo sabor pela vida. E isto tudo graças ao seu entusiasmo e em encontrar o livro certo para cada estranho. É um livro que nos mostra a cultura japonesa, tão diferente da nossa, e que me emocionou muito pelas experiências que a Nanako teve, as suas reflexões, medos, a forma como se auto-sabotava, como sofria em silêncio. E claro, é um livro sobre o amor aos livros. Este livro de memórias tornou-se um fenómeno no Japão e foi adaptado para série sob o título: O meu ano numa app de encontros para conhecer 70 estranhos na vida real e recomendar livros que achei que combinariam com eles. Que delícia de leitura!