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É BOM PORQUE

 

Depois de tanta gente me recomendar Caruncho, acabei por ler há umas semanas e, quando terminei, nem sabia muito bem como classificar este leitura, só sei que não me saiu da cabeça. Eu venho de uma família com raízes em várias zonas do Norte e com muitas histórias sobrenaturais que sempre ouvi desde criança. Daí que, ao ler este livro de terror psicológico, que a autora diz que é inspirado na história da sua família, mergulhei profundamente nesta história e na narrativa que ela nos quer contar. As narradoras são uma avó e uma neta e a casa, eu diria que a casa em si é também um narrador silencioso, as sombras da casa, as vozes da casa, os traumas da casa, os mortos da casa. É através delas as duas que conhecemos aquela família no interior rural de Espanha desde a construção da casa e as suas raízes, reais e metafóricas porque a casa tem uma força obscura e perversa, que está viva, que ruge, que sente, que se move e que sussurra nas sombras. A avó conta-nos a história das mulheres antes dela, a neta cria o desfecho, vingando a própria mãe e a avó e a bisavó e todas as mulheres que sofrem às mãos dos homens. É uma história inquietante que nos faz questionar o que estamos a ler, há fantasmas, há santos, há rancor, há orações, há bruxaria, há misoginia, há violência, há pobreza, há diferenças de classes, há superstições, há muitos elementos, mas todos se encaixam perfeitamente nesta história que consegue mexer com as nossas emoções e os nossos sentidos. Uma leitura diferente de tudo o que li este ano e que, claro, tinha de figurar no Book Gang. Recomendo muito, muito, muito!

Caruncho de Layla Martínez

15,00 € Preço normal
13,50 €Preço promocional
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  • PONTOS A FAVOR

    🗣️ Incentivo ao diálogo: trauma, dor, luto, família, fé, pobreza

    👻 Ligeiramente sobrenatural

    ⏳ A duas vozes e dois tempos

    🇪🇸 Autora espanhola 

  • SINOPSE

    Uma história feminista de rancor e vingança, no coração da Espanha vazia, que se tornou um fenómeno editorial.

    Caruncho (2021) narra o regresso de uma neta, acusada de um crime, à casa rural da família e mergulha o leitor no coração de uma Espanha vazia, marcada por resquícios do franquismo, uma terra tão agreste e estéril como o destino a que condena as mulheres que nela vivem.

    Contada a duas vozes, pela jovem e pela avó, esta história de rancor e vingança é indissociável da memória do lar assombrado, de espectros que clamam justiça, entre quatro paredes sobre as quais pesam traumas herdados e décadas de violência e opressão.

    Um aclamado romance de estreia, com ecos de Pedro Páramo, de Juan Rulfo, e de alguns contos de Silvina Ocampo, em que se entrelaçam terror, injustiça social e uma pesada herança familiar que, como o caruncho, corrói as protagonistas.

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