É BOM PORQUE
Eu tenho uma certa inclinação para este tipo de livros que nos mostram pessoas que vivem fora dos moldes convencionais ou que são atraídas para este tipo de experiências. A Colónia pareceu-me logo pela sinopse uma leitura fascinante e foi daquelas que me prendeu até ao final e já li há umas semanas e ainda penso nas personagens, tal foi o impacto que tiveram em mim. Seguimos então sete pessoas que escolheram viver numa pequena comunidade isolada, a Colónia, e ao longo da leitura vamos saltar para trás e para a frente e ler capítulos correspondentes a cada um deles, como se conheceram, como foram lá parar. E acompanhamos aquela que eu chamo a personagem principal (embora sejam todos), a Emilie, que numa busca por isolamento e numa espécie de burnout, larga tudo, vai viver para uma pequena aldeia, encontra-os no meio da floresta e começa a espiá-los ao longe. Esta leitura toca em muitas questões importantes sobre normas sociais que me deixaram reflexiva, temas como família, poliamor, educação, escolaridade obrigatória, religião, traumas que todos carregam, como as pessoas se comportam em grupo, a forma como não temos todos de ser bons em tudo porque nos podemos complementar uns aos outros e criar uma comunidade perfeita, tal como as formigas, daí o título, mas será mesmo perfeita? Um livro inteligente, imersivo, que não conseguimos parar de ler, com personagens complexas e reais e que nos deixa com muitas reflexões sobre a forma como vivemos.
A Colónia de Annika Norlin
PONTOS A FAVOR
🗣️ Incentivo ao diálogo: normas sociais, trauma, busca por uma identidade, formas de vida alternativas
📚 Tornou-se o maior fenómeno de vendas sueco desde Um Homem Chamado Ove
⏳ Saltos temporais
🤩 Meio distópico, mas será mesmo?
SINOPSE
Emelie está farta da cidade, das revistas onde é freelancer, das noitadas, dos colegas. Sempre odiou a vida ao ar livre, mas os sintomas de burnout levam-na a refugiar-se na floresta. Monta a tenda, desliga o telemóvel, esconde-se no silêncio.
Mas a jornalista dentro dela volta a despertar quando descobre naquela paisagem remota um estranho grupo: sete pessoas, homens e mulheres, de diferentes idades e etnias, que se deitam à sombra de um abeto gigante, mergulham nus no lago, se acariciam, dançam. Quem são eles? Serão felizes? Farão parte de uma seita? Intrigada, Emelie começa a escrever.
Um dia, ao conhecer o mais jovem do grupo, debate-se com um dilema. Não deveria ela denunciar às autoridades A Colónia, onde aquele adolescente cresce sem contacto com a civilização, ou escola, cuidados de saúde, amigos da sua idade…?
No seu premiado romance de estreia, Annika Norlin, autora do projeto musical Hello Saferide, mostra-nos uma maneira de viver alternativa, que põe em causa a nossa, mas não toma partidos nem impõe julgamentos morais.
Uma obra admirável e de um delicado equilíbrio, segundo a crítica do The New York Times, A Colónia é já o maior bestseller sueco desde Um Homem Chamado Ove.CRÍTICAS
O que torna este livro tão inteligente é que, sem perceber, acompanhamos a trajetória do pensamento de Emelie sobre a Colónia — inicialmente desconfiada, depois lentamente seduzida, antes de perceber que as coisas não são tão perfeitas quanto parecem. O romance é uma prova do poder da disciplina da escrita.
— The TimesMuitas vezes, romances repletos de tantas ideias sacrificam a emoção em favor de um argumento pesado; Norlin, ao contrário, escreve episódios viscerais que falam por si mesmos. (Como cortar um cordão umbilical na floresta? Com os dentes.) As questões em aberto da história surgem organicamente, sem forçar respostas batidas
— The New York Times















