É BOM PORQUE
Preparem-se para ler uma grande sátira meio distópica, meio fantasiosa, sobre livros banidos e governos ditadores. A capa e o título foi a primeira coisa que me chamou a atenção e, à medida que ia lendo, fiquei cada vez mais envolvida neste relato original e fantástico criado por esta autora do Kuwait e que imagina um futuro próximo de uma censura extrema onde as palavras são despojadas de conteúdo além da superfície, onde a imaginação e a interpretação são criminalizadas e o governo, bem, o governo dita tudo. O papel dos censores é de ler todos os livros para procurar qualquer tema proibido, qualquer obscenidade, qualquer imaginação, qualquer menção ao Velho Mundo ou qualquer coisa que se oponha à realidade que agora existe. Mas quando o nosso censor começa a ler e a perder-se na sua imaginação, entra no perigoso submundo dos leitores e dos livros contrabandeados. Face aos tempos em que vivemos, claro que este livro traz uma mensagem poderosa sobre a censura e a importância dos livros para a continuação da sociedade como a conhecemos. A censura de livros, como vemos neste romance, não é apenas uma forma de controlar a população, mas também de apagar o passado e a nossa memória coletiva. Uma leitura estrondosa, cheia de fantasia e referências literárias. Curiosamente, senti que é um livro que pode ser fascinante para um público mais jovem, nós — os que estamos aqui no meio desta viagem bizarra — e também o público mais velho. Uma pequena obra de arte literária!
A Biblioteca do Censor de Livros de Bothayna Al-Essa
PONTOS A FAVOR
🗣️ Incentivo ao diálogo: censura, o perigo dos governos extremistas, o poder dos livros na sociedade e nas pessoas
📚 Um livro, claro, sobre livros
✊🏽 A autora tem lutado contra a censura dos livros nos países árabes
🇰🇼 Uma autora do Kuwait
SINOPSE
Uma sátira ousada e fantástica sobre livros proibidos, arquivos secretos e o olho vigilante de um governo omnipresente e todo-poderoso.
Há semanas que o novo censor de livros não tem uma noite de sono tranquilo. Durante o dia ocupa-se a passar a pente fino manuscritos de livros num gabinete governamental, à procura de qualquer pormenor capaz de tornar o livro impróprio para publicação - alusões a homossexualidade, a religiões não aprovadas, qualquer menção sobre a vida antes da Revolução.
À noite, os seus sonhos povoam-se de personagens dos clássicos da literatura, e os romances que vai surripiando empilham-se na casa que partilha com a mulher e a filha. Ao mesmo tempo que continua a ser atraído pelo canto da sereia das leituras proibidas, mergulha num mundo subterrâneo onde se cruzam combatentes da Resistência, uma livreira clandestina e bibliotecários fora-da-lei que tentam salvar a sua história e cultura.
Face à ameaça que a liberdade de expressão enfrenta globalmente e ao futuro sombrio a que o mundo está praticamente condenado, Bothayna Al-Essa combina a acerada distopia de 1984 e de Fahrenheit 451 com o absurdo descabelado de Alice no País das Maravilhas.
A Biblioteca do Censor de Livros é, ao mesmo tempo, um sinal de alerta e uma declaração de amor pelas histórias e o delicioso ato de nos deixarmos perder nelas.CRÍTICAS
Uma obra-prima necessária, que prova que a verdadeira ficção não é uma fuga para um País das Maravilhas onírico, mas uma excursão cautelosa às profundezas da condição humana. Mais do que nunca, precisamos do grito de guerra de Bothayna Al-Essa contra a censura, seja ela política, religiosa ou académica, porque, como o seu romance ilustra tão brilhantemente, a censura é sempre uma admissão de cobardia intelectual.
— Alberto ManguelUm apelo urgente e abrangente à ação para a proteção dos livros e dos amantes de livros em todo o mundo
— Kirkus Reviews















