É BOM PORQUE
Já li este livro no ano passado e foi daqueles que ficou comigo durante muito tempo e que, curiosamente, foi inicialmente pensado para a Aurora, só para verem o quanto amei este livro. A viagem de Lily leva-nos para uma América nos anos 50, onde acompanhamos a sua jornada enquanto descobre a sua identidade queer e, ao mesmo tempo, se tenta conectar com a sua cultura enquanto descendente de chineses. E isto tudo numa época nos EUA marcada por muitos conflitos e os ataques a bares que faziam parte de uma campanha agressiva da polícia e dos governos da época contra bares e pessoas gay. Este é o contexto histórico deste livro fabuloso que, embora seja conotado como young adult, eu diria que é muito mais um romance histórico, uma grande narrativa envolvente e vívida, onde acompanhamos Lily, uma personagem a aprender a viver como chinesa-americana e lésbica numa altura em que, muitas vezes, não era permitida a coexistência de ambos, trazendo representação para os leitores de hoje. E estamos aqui, a ler, mas também estamos lá, no Telegraph Club, naquele bar mágico que acabou por se tornar um santuário para uma rapariga em busca da sua identidade.
Ontem à Noite no Telegraph Club de Malinda Lo
PONTOS A FAVOR
🌈 LGBTQ+
⌛️ América dos anos 50
💙 Identidade e crescimento
🗣 Incentivo ao diálogo sobre outras culturas
SINOPSE
Em Ontem à Noite no Telegraph Club, Malinda Lo escreve um dos romance queer mais importantes dos últimos anos, adorado pelo público e aclamado pela crítica.
«O livro. Era sobre duas mulheres apaixonadas uma pela outra. — E então, proferiu a pergunta que se enraizara nela e que agora desenrolava as suas folhas e exigia mostrar-se à luz do Sol: — Alguma vez ouviste falar de tal coisa?»
Lily Hu não se consegue recordar do momento exato em que a pergunta se enraizou na sua mente, mas a resposta surgiu, como se um candeeiro de rua se acendesse numa noite negra, quando ela e Kathleen Miller caminharam sob o letreiro néon de um bar lésbico chamado Telegraph Club.
Em 1954, Chinatown, nos Estados Unidos da América, não é um lugar seguro para duas raparigas se apaixonarem. A Ameaça Vermelha intimida a população, sobretudo pessoas sino-americanas como a família de Lily. Com o risco de deportação a pairar sobre o seu pai, apesar da cidadania duramente conquistada, Lily e Kath arriscam tudo para que o seu amor possa sair da escuridão e ver a luz do dia.