É BOM PORQUE
Este foi o livro de que falei naquele excerto que publiquei na rádio. Publicado inicialmente em 1995, foi o romance mais famoso da escritora belga Jacqueline Harpman que, ao longo da vida (faleceu em 2012), publicou mais de quinze romances e ganhou numerosos prémios. Esta é a sua estreia em Portugal e a premissa é a seguinte: 40 mulheres estão presas numa jaula numa cave há anos com guardas a vigiar a jaula ininterruptamente, a cave é tudo o que conhecem, um dia toca uma sirene e os guardas fogem, a jaula fica aberta. Ninguém sabe porque lá estão ou onde estão e as mulheres saem para a liberdade. Mas saem para onde? Há muito, muito tempo que não me sentia tão entusiasmada por um livro, li compulsivamente sem parar, um livro que nos deixa com mais questões do que respostas, que nos faz refletir e nos mostra um grupo de mulheres que experienciam a sobrevivência, a irmandade e a solidão.
Eu Que não Conheci os Homens de Jacqueline Harpman
PONTOS A FAVOR
🗣️ Incentivo ao diálogo: sobrevivência, irmandade, solidão, liberdade
👀 Autora inédita em Portugal
📚 Para os fãs de A História de Uma Serva e 1984
❤️ A autora faleceu em 2012 e deixou um obra vasta
SINOPSE
Eles alimentam quarenta mulheres, aquecem-nas e fornecem-lhes com que se vestir. Para eles, não temos nome, tratam-nos como se nada nos distinguisse umas das outras. Eu, eu sou eu. Não sou a quadragésima de um rebanho, uma cabeça de gado entre outras.
Quarenta mulheres estão fechadas numa cave, sob a vigilância de guardas silenciosos e inexpressivos, que apenas as alimentam. A mais nova, a narradora, não se lembra do mundo exterior e as outras pouco o mencionam, apesar de, não se recordando do momento em que foram aprisionadas, terem vestígios de memórias dos maridos, dos filhos, das suas vidas anteriores.Misteriosamente, ouve-se um dia uma sirene, os guardas fogem e a porta da cela é deixada aberta. A medo, as mulheres começam a sair e, num mundo totalmente transformado, terão de reaprender a viver.
Publicado originalmente por Jacqueline Harpman em 1995 e até agora inédito em Portugal, Eu Que não Conheci os Homens é um texto inquietante sobre companheirismo, liberdade e o que faz de nós humanos.
Nas palavras do jornal americano The New York Times: «Um pequeno milagre.»