É BOM PORQUE
Escrito em forma de diário, esta leitura arrebatadora traz vislumbres de O Caderno Proibido de Alba de Céspedes, na forma como foca as limitações das mulheres na época através desta protagonista que escreve para si mesma. No prefácio, escrito por Mona Chollet, podemos conhecer um pouco mais sobre a autora (que faleceu em 1998) e o seu trabalho visionário, a forma como escreveu sobre feminismo e sobre a luta das mulheres muito à frente do seu tempo (por ex antes de Simone de Beauvoir). Neste A Paz das Colmeias, Jeanne vai escrevendo de forma clandestina no seu diário, onde nos apresenta um leque de mulheres com quem convive e fala sobre a sua necessidade de emancipação, quer pessoal, quer profissional. É nos seus pensamentos e relatos do dia a dia que lemos sobre as amarras que prendem todas estas mulheres nas suas vidas nas quais não têm qualquer controlo porque continuam sempre subordinadas aos homens. Pensar que este livro foi publicado inicialmente em 1947 (dois anos antes de O Segundo Sexo de Beauvoir) e já trazia todas estas questões sobre o silenciamento das mulheres para as quais mais tarde as feministas iriam inventar termos e nomes até então ainda não inventados. Absolutamente fenomenal! É um pequeno livro de leitura construtiva, reflexiva e emocionante!
A Paz das Colmeias de Alice Rivaz
PONTOS A FAVOR
🗣️ Incentivo ao diálogo: feminismo, emancipação, luta das mulheres
✊🏽 Visionário e autora muito à frente do seu tempo
📚 Publicado inicialmente em 1947
📝 Escrito em forma de diário
SINOPSE
O diário de uma mulher em busca de emancipação e uma reflexão desassombrada sobre os mecanismos de dominação masculina e as relações entre os sexos.
Em 1947, dois anos antes d’O Segundo Sexo, de Simone de Beauvoir, um breve romance invadia os escaparates das livrarias e fazia correr rios de tinta na imprensa suíça. A Paz das Colmeias é o diário secreto de uma mulher em busca de emancipação e uma viagem ao centro da desilusão conjugal de Jeanne Bornand, dactilógrafa de meia-idade numa encruzilhada da vida.
Neste caderno inconformado sobre a condição feminina, alimentado pela raiva perante o desconcerto do mundo, não escapam à protagonista as diferenças inconciliáveis entre os sexos, a insatisfação das mulheres com espartilhos sociais e subalternizações várias.
Contrapondo a imagem das colmeias a uma sociedade violenta regida por homens, Alice Rivaz assina, num estilo vivo e cativante, uma obra precursora e surpreendentemente actual sobre os eternos mecanismos da dominação masculina.CRÍTICAS
Para mim, Alice Rivaz é uma verdadeira irmã no feminismo.
— Annie Ernaux
Um romance de 1947 que levantava já todas as questões feministas. Uma leitura urgente.
— Les Inrockuptibles
Na história das ideias feministas, em que a amnésia é uma ameaça constante, Alice Rivaz merece um lugar justo e todo o crédito.
— Mona Chollet