É BOM PORQUE
 
Inspirado em factos reais, a epidemia da dança que ocorreu na França no verão de 1518, esta história traz-nos quatro mulheres: Lisbet, Agnethe (a sua cunhada que regressa do isolamento onde esteve 7 anos por um crime de que ninguém fala e respeitem este segredo depois de lerem, não digam que temas aborda para a viagem ser mágica para todos os leitores), Sophey (a sogra) e Ida (a sua melhor amiga). Lisbet é uma apicultora grávida que já sofreu doze abortos. A sua vida tem sido marcada pela tragédia e, naquele verão, Estrasburgo sofre com a pobreza, a fome e a miséria. Num dia de verão, uma mulher começa a dançar e centenas de outras se juntam, numa dança mâniaca até à morte.  O marido de Lisbet está ausente, a tentar defender o trabalho e o sustento da família contra uma acusação de roubo (as suas abelhas roubam o pólen das propriedades dos outros, só para verem onde as coisas podiam ir naquela altura de pobreza e miséria) e Lisbet está no último trimestre de gravidez, a tentar sobreviver no meio do caos, com mulheres a serem mortas por serem acusadas de ter o diabo no corpo e a procura por respostas, tendo por companhia uma árvore da dança, um local na floresta perto da sua casa, onde ela vai para fazer o luto dos seus bebés perdidos. Kiran Millwood Hargrave tem esta dom incrível de nos trazer magia através de ficção histórica, com histórias que abordam a cultura do patriarcado e da superstição da Europa medieval e de como as mulheres eram tão brutalmente violentadas a todos os níveis. Uma história emocionante, atmosférica e que nos mostra a luta das mulheres.